Um só coração

Não foi exatamente o ano que vislumbramos. Os sonhos eram enormes, nem cabiam no peito, e de repente um arco dramático circundou o centenário Tricolor. Tal qual a vida, o futebol é imprevisível, cheio de obstáculos, que tentam sufocar as forças estabelecidas, para aí então tentar sepultar de vez todas as esperanças. No entanto, o instinto de sobrevivência nunca vai se deixar abafar. Grita, resiste, luta. E vai sempre lutar.

Desistir nunca será uma opção. Não para quem escolheu ter a insígnia boliviana pulsando no peito. Mesmo que a raiva impere e a decepção seja evidente, mediante tantos planos frustrados, ainda há uma causa para batalhar. E o verdadeiro Universo Tricolor não vai se entregar facilmente, porque acredita, e sabe que, apesar das amarguras, precisa unir forças nessa corrente pela redenção.

Não são apenas palavras prosaicas, fabricadas para motivar quem tanto já sofreu neste ano. Quem é Sampaio, quem respira este sodalício das três cores mais vibrantes do universo, entende a importância desse momento desafiador. Vai ser na força do ódio, da insatisfação, mas o sofrimento embrutece o coração para lutar e ajuda a fortalecer a alma. É assim que o Sampaio Corrêa jogará; com raiva, furioso, com os olhos sangrando por ter feito aquele torcedor que tanto ama chorar. Não vai se entregar.

Não importa a quantidade de bolivianos que irão se mobilizar e caminhar em posição de batalha para o Castelão. Quem seguir o caminho do Gigante esta noite é porque ama e acredita que tudo vai ser diferente. Nada vai apagar a frustração, é verdade, mas um novo alvorecer pode brotar no horizonte de quem tem a Bolívia Querida no coração, e visualiza no futuro bem próximo os espólios da nova estação brilharem a favor do time do povo. Vai ser assim, juntos até o fim, amparados na esperança e na redenção de tantos sonhos partidos. Vamos vencer!